Este Blog é dedicado a Marise.

sábado, 18 de setembro de 2010

GRATIDÃO: PEQUENAS HISTÓRIAS E PENSAMENTOS, GRANDES REFLEXÕES


A palavra gratidão é definida em todos os dicionários da seguinte forma: reconhecimento por um benefício recebido.

Mas será que é só isso?

Recentemente, durante uma forte chuva em Niterói (RJ) um morro desabou encobrindo casas e seres. Pessoas que conseguiram escapar do trágico soterramento, e outras que estavam por perto, ao ouvirem o alarido, partiram sobre o amontoado de terra e cavaram, alguns com as próprias mãos, a fim de resgatar os possíveis sobreviventes. Nem tiveram tempo de pensar no risco que corriam com a possibilidade de novos desabamentos. Ajudavam. Mesmo com a chegada dos bombeiros. Ajudaram incansavelmente e salvaram muitas pessoas. Naquela hora pouco importava se a imprensa chegaria para “celebrizar” o acontecimento e os “salvadores”. Qual o sentimento que movia cada um trabalhador da ‘última hora’? - Solidariedade - podemos responder apressadamente sem refletir. Mas onde entra aí a gratidão?

Uma vez entendido o sentimento da gratidão, e permitido que ele se aprofunde em você, começará a se sentir grato por tudo. E, quanto mais grato você ficar, haverá menos queixas e resmungos. Uma vez desaparecidas as queixas, a infelicidade desaparecerá. Esse é um dos segredos mais importantes a serem aprendidos. (Osho Rajneesh – Filósofo indiano).

Continuando com tragédias ligadas a chuvas, em Salvador, um carro e seu motorista estavam sendo arrastados pela enxurrada. De repente alguém se atira para salvar a quem não conhece, também sem pensar em si, e consegue resgatar o motorista com vida. Dizem que no mundo de hoje não existe sentimento de solidariedade, mas sempre estamos vendo pessoas acudindo outras. O acudido é grato a quem acode – isso é o normal. Mas quem acode será que o faz por causa do sentimento de gratidão pela sua própria vida?

A gratidão é uma dádiva que deve ser paga, mas que ninguém tem o direito de esperar que o seja. (Jean Jacques Rousseau – Pensador suíço).

Em Lauro de Freitas uma moça, acometida de alguns problemas existenciais, saiu vagando dentro da noite e, sob o efeito do peso da dor psicológica, deitou-se numa calçada e dormiu. Um homem aproximou-se e cuidou até que ela acordasse e pudesse dizer quem era e com quem ele poderia falar a fim de que alguém fosse buscá-la. Nos tempos violentos em que vivemos, ele poderia ser um malfeitor, tê-la estuprado, roubado ou simplesmente tentado ganhar alguma recompensa financeira pelo ato de tomar conta de uma pessoa desprotegida num canto escuro de estrada. A família, depois de avisada, foi ao encontro da moça e, ao tentar agradecer ao homem, ele respondeu: não precisa. Fiz como se fizesse a mim ou a alguém da minha família.

(...) É comum ouvir-se a expressão "foi fazer amor" como sinônimo de relação sexual. Do meu ponto de vista, sexo nada tem a ver com amor e nada tem a ver com a verdadeira intimidade. Amor é o resultado de todas as funções já enumeradas: tolerância, humildade, gratidão, generosidade, noção de limites - um não à onipotência. (Jorge W. F. Amaro – Psiquiatra e psicanalista).

Nesses casos apresentados as pessoas que socorreram as vítimas (dos escombros, da correnteza e da dor) ‘fizeram’ amor a os seus semelhantes, ‘fizeram’ gratidão a seus semelhantes. Melhor dizendo: amaram o próximo como a si mesmo. Diante da oportunidade fizeram-se braços de Deus para, amorosamente, cumprir o que deve ser feito por amor, por gratidão – nunca dívida – à vida que recebeu.

Portanto, quem não ama não é grato. Quem não ama é indiferente ao outro. A gratidão é nobreza. É uma virtude que precisa ser cultivada e desenvolvida continuamente. Precisa se tornar um hábito diário para que se possa eliminar o vício das lamentações. A gratidão não deve ser apenas um conceito isolado, preso nas páginas dos dicionários, porque é indissociável da solidariedade e de outros sentimentos.  A gratidão é um dos nomes do amor. 

Que eu mesma aprenda este ensinamento!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A FORÇA ETERNA DO AMOR

TERESA DE CALCUTÁ PELAS MÃOS DE ROBSON PINHEIRO – Casa dos Espíritos Editora, 2009, Contagem, MG.


É setembro. É o mês que ela partiu para as estrelas. Para outros planos, como queiram dizer. Vale a pena ler o livro que, de certa forma, pode transformar as preciosas e irreverentes falas de Madre Teresa num grande aprendizado para a vida e, conseguintemente, para a aquisição de novos e reais valores. Eis algumas:

O senhor não daria banho em um leproso nem por um milhão de dólares? Eu também não. Só por amor se pode dar banho em um leproso.



Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão.

Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las.

A coisa mais fácil? Errar.


Se eu alguma vez vier a ser Santa – serei certamente uma Santa da ‘escuridão’. Estarei continuamente ausente do Céu – para acender a luz daqueles que se encontram na escuridão da Terra.

Não utilizemos bombas e armas para dominar o mundo. Vamos usar Amor e Compaixão.

A paz começa com um sorriso. Sorria cinco vezes por dia para alguém a quem não gostaria realmente de sorrir; faça isso pela paz. Então, vamos irradiar a paz de Deus e acender a sua luz e extinguir do mundo, e dos corações de todos os homens, todo ódio e o amor pelo poder.



Madre Teresa - que não nasceu em Calcutá, mas na Macedônia – tomou a decisão de servir ao próximo quando ainda era uma adolescente que se sentia vazia. Tentando encontrar um sentido para a sua vida tornou-se missionária e começou a ensinar a ler às crianças pobres da Índia. Mais tarde, ao andar pelas ruas, impressionada com a miséria humana, mudou o rumo da vida e dedicou-se totalmente à ajuda humanitária. Personalidade forte, não aceitava ter conhecimento da miséria do povo e ficar entre os muros do convento. Por isso, valentemente, lutou pela permissão de fundar a própria ordem – As Missionárias da Caridade - quando passou a cuidar também dos leprosos,  doentes contaminados pelo HIV, além de dar atenção especial aos velhos abandonados. Foi reconhecida pelo trabalho e recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Desencarnou em Calcutá, aos 87 anos, no dia 05 de setembro de 1997.

Em 2004 o médium Robson Pinheiro começou a psicografar mensagens contundentes da obstinada, corajosa e irreverente Madre Teresa. A partir de falas atribuídas à missionária de Cristo, enquanto encarnada, Robson inicia cada capítulo do livro A FORÇA ETERNA DO AMOR. O primeiro pensamento é muito forte e nos provoca reflexões profundas sobre a nossa postura como seguidores do Mestre Jesus: A vida de Cristo foi muito mais do que um teatro encenado para sensibilizar a humanidade. Madre Teresa critica o sistema dos governos que dizem ser necessário guerrear para conseguir a paz no mundo quando, na verdade, apenas bastaria educar os povos e resgatar o amor principalmente na família que é a base de tudo.

É necessário reafirmar que a paz não se consegue por decreto governamental e alimentando a indústria bélica, mas com pessoas de boa vontade, abrindo o coração para pôr em prática o "Amai-vos uns aos outros", seguindo verdadeiramente as ideias do Rabi (professor; aquele que ensina).
 
Amar implica caridade. Para Teresa dos pobres, Teresa de Calcutá, Teresa de Deus amar é o mair remédio para a erradicação de nossos males porque dar e receber amor e oferecer apoio social fortalecem as células imunológicas, afasta do isolamento e mata a solidão existencial.
 
Ler sobre Teresa de Calcutá nos deixa com a vontade de mudar para melhor.